O crescimento da Temu é real mesmo ou apenas hype?

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Temu explodiu no Brasil com acessos recorde e economia agressiva. Mas esse crescimento é sustentável? Veja riscos, desafios regulatórios e o que vem por aí. A chegada da Temu ao Brasil, lá em meados de 2024, virou um terremoto no mundo dos marketplaces. Faz alguns meses que a gente vê esse nome sendo cada vez mais citado quando o assunto é e-commerce. Em pouco tempo, o app correu pra alcançar mais acessos e downloads do que nomes já consolidados como Shopee e Magazine Luiza.  Quer saber o que está por trás dessa explosão de popularidade, e o que ainda pode estar por vir? Histórico da Temu e ascensão global A Temu não é novata em expansão acelerada. A Temu nasceu em 2022 nos EUA, criada pela PDD Holdings, mesma dona da Pinduoduo.  A proposta era ser um modelo factory-to-consumer: eliminar intermediários, oferecer preços absurdamente baixos e garantir uma logística eficiente da China para o mundo. A estratégia vingou demais.  Em menos de dois anos, a Temu se colocou entre os maiores e-commerces do planeta, com quase 700 milhões de visitas mensais globais (e apenas um quarto vem dos EUA). Atualmente, a Temu opera em 79 países. Esse crescimento explosivo se deve à combinação de diversos fatores: E o boom da Temu no Brasil é realidade mesmo? Em menos de 12 meses, a Temu saiu do completo anonimato para a liderança em número de acessos no e-commerce brasileiro. Em abril de 2025, a Temu foi o segundo e-commerce mais acessado do Brasil, atrás apenas do Mercado Livre. Foram 276 milhões de visitas, ultrapassando até mesmo a Shopee e a Amazon. Além disso, ela liderou os acessos via web com cerca de 250 milhões de visitas. O grande impacto do app forçou o restante do varejo nacional a se reinventar. Promoções e descontos se intensificaram, a logística foi aprimorada por concorrentes e a atenção ao cliente virou prioridade. O resultado foi uma guerra de preços e benefícios. O consumidor brasileiro, num primeiro momento, foi o maior beneficiado. Quais foram os motores desse crescimento meteórico? O sucesso da Temu tem ingredientes claros: Mas o terreno ainda é firme… por enquanto Apesar da popularidade, a rentabilidade da Temu é alvo de desconfiança. A estratégia é impulsionada por subsídios generosos. Ou seja, não parece focalizada em lucros imediatos. No cenário internacional, as promoções do app já estão dando sinais de desaceleração. E a pergunta é: por quanto tempo o modelo vai resistir sem ajustes? Desafios específicos no Brasil Qual o calcanhar de Aquiles do app chinês em território brasileiro? Vale ficar de olho (mas com um olhar crítico) Ainda nesse ano, a Temu vai abrir sua plataforma para vendedores nacionais. A ideia é boa. Mais agilidade logística, menos barreiras fiscais e mix de produtos mais alinhado com o consumidor local.  Mas cuida que tem pega nisso aí! Com frete subsidiado e o preço baixo sendo o carro-chefe do marketplace, as margens dos lojistas podem ficar mais apertadas. Além disso, devoluções e marca ainda iniciante são pedras no caminho. A ascensão da Temu representa uma revolução no e-commerce brasileiro. Ela tá crescendo rápido e se firmando no mercado. Mas isso também gera dúvidas sobre dependência de produtos importados, o impacto nos pequenos lojistas e controle sobre dados. A hora é de olhar pra frente, mas com o olhar crítico. Se a Temu conseguir unir sua agilidade global com a força local dos lojistas brasileiros, o resultado pode ser poderoso. Mas isso só vai funcionar com equilíbrio entre preço justo, governança e respeito às leis.